21 maio 2010

Medo

A Confederação da Indústria Portugesa (CIP) esteve reunida e apresentou propostas de combate à crise.

Soluções criativas e originais, coisas nunca antes ouvidas: 13º e 14º mês pagos em certificados de aforro; extinção de serviços, institutos e empresas públicas; diminuir o número de deputados, municípios e freguesias; aumentar os impostos sobre o consumo; a flexibilização dos contratos de trabalho para jovens que entrem no mercado de trabalho e para os desempregados de longa duração.

A CIP não diz uma palavra sobre tributação de lucros e mais-valias, nada diz sobre o fim de benefícios fiscais concedidos aos grandes grupos económicos, limita-se a propor o aprofundamento das políticas seguidas, fazendo recair a factura sobre quem trabalha, aproveitando para voltar a propor a destruição do serviço público e o enfraquecimento da democracia.

A CIP é uma organização de classe e representa os interesses dos seus confederados, é um instrumento do grande capital português e faz o seu papel, o problema é que tem um forte ascendente sobre o Governo e conta com fortes cumplicidades no plano partidário (PS, PSD e CDS).

A serem seguidos os bondosos conselhos da CIP, Portugal afundar-se-ia na crise.

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