15 junho 2010

Modernizar é encerrar

 Ivan Pavlov

O Governo PS, o tal do socialismo moderno e democrático, sucumbiu totalmente à tese do «menos Estado» e reage pavlovianamente perante a hipótese de encerrar serviços públicos e não parece existir zeloso responsável político da Administração Pública Central que não salive ante tal possibilidade.  

Para este Governo, modernizar a Administração Pública é sinónimo de encerrar. 

O episódio do encerramento das urgências pediátricas do Hospital Distrital de Setúbal e do Hospital Barreiro-Montijo é esclarecedor.

Com a aproximação do período de Verão e com muitos médicos a irem de férias, as Administrações Hospitalares e a Administração Regional de Saúde esfregaram de imediato as mãos com o contentamento de poder agradar ao Governo - não estão reunidas condições de funcionamento, logo, nem se pensa mais nisso, encerra-se, contribuindo para o esforço nacional de contenção e redução de despesas.

Contudo, a vida nem sempre é fácil e por estas bandas existe quem não tenha ido na onda das inevitabilidades e, assim, autarquias, comissões de utentes, associações, partidos, cidadãos mobilizaram-se e começaram a contrariar as boas intenções de quem só quer poupar o País a custos desnecessários. 

Aliás, urgências pediátricas em tempo de crise é coisa de luxo, como qualquer socialista moderno poderá atestar.

No entanto, a Administração Regional de Saúde dá o dito pelo não dito e já não vão existir os encerramentos anunciados, porque os médicos organizaram-se demonstrando que existiam condições de funcionamento dos serviços em causa.

E, assim, ficámos a saber que as Administrações ou mentiram e existindo condições pretendiam encerrar os serviços ou são perfeitamente incompetentes e incapazes de avaliar das condições de funcionamento dos serviços que dirigem, em qualquer das hipótese não ficam bem na fotografia.
  

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