27 outubro 2011

Protecção e Socorro em Setúbal


Em Setúbal, o debate político local é hoje caracterizado pela ausência de uma oposição com ideias e alternativas ao projecto da CDU, o que se traduz num empobrecimento do debate e no aparecimento de pequenas questões, ataques pessoais, argumentos folclóricos e populistas, como instrumentos de uma luta política com muito pouca substância.

A discussão em torno das questões da Protecção Civil Municipal é um exemplo claro do nível do debate que temos.

Com total incapacidade de discutir o problema na sua dimensão global, não reflectindo o sistema de protecção civil municipal no seu todo, omitindo as responsabilidades que têm no estrangulamento financeiro dos Municípios, agarraram-se a pequenas alterações na organização dos Bombeiros Sapadores e na transferência das responsabilidades pelo destacamento de Azeitão para os Bombeiros Voluntários para lançar o alarme social e  criarem artificialmente uma questão de combate político e partidário.

Para alcançarem os seus fins não se incomodam nada de sugerir a limitação da intervenção cívica de algumas pessoas em função das suas actividades profissionais, não se incomodam nada de insinuar a incompetência dos Bombeiros Voluntários e acusam a CDU e os seus eleitos de colocar a vida e a segurança das populações em perigo.

É o vale tudo na discussãozinha política cá do burgo.

O Presidente da Concelhia do PS, pessoa profundamente comprometida com o caminho a que o nosso país chegou e com as políticas que aqui nos conduziram (para esta discussão recorda-se o deputado da Assembleia da República a quem se desconhece qualquer intervenção no sentido de contrariar as políticas do Governo PS que reduziram a autonomia e o financiamento do poder local ou aquelas que encerraram serviços públicos por todo o País - pelo contrário, conhece-se o seu apoio e aprovação), chega ao ponto de vir dizer que por uma transferência de responsabilidades dos Sapadores para os Voluntários em Azeitão está em causa o encerramento de serviços públicos.


Até se pode compreender que à falta de conteúdo têm de se agarrar ao acessório, mas era evitável tratar uma questão com a importância e o significado que esta tem para a vida e segurança das populações desta forma.

Pelo trabalho feito na planificação e planeamento, pelo desempenho registado na protecção e no socorro, pelo empenho dos agentes que diariamente intervêm nestas áreas, pela dignidade que as instituições e as pessoas em causa merecem, bem podiam ter outro tipo de cuidado ao discutir esta matéria, colocando naturalmente os seus pontos de vista, criticando o que entender ser criticável, mas sem cair no populismo descarado e no argumentário básico.

A minha contribuição para o debate em causa, na Rádio Azul:

Em Análise - Setúbal Protecção e Socorro

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