12 abril 2012

A unidade no Governo

No dia em que passa um ano desde que a troika passou a mandar no País, por intermédio de um cinzentos funcionários que usam um pin com a bandeira nacional na lapela e que se designam por Governo, fomos brindados no horário nobre televisivo com entrevistas ao Ministro da Propaganda, Miguel Relvas e ao Ministro da Miséria e da Caridadezinha, Mota Soares.

Ambas as entrevistas revelaram uma profunda unidade no Governo, confirmando a mentira e a falsidade como linha de comunicação com os portugueses, o roubo e a exploração como instrumentos políticos preferenciais para satisfação das clientelas, as inevitabilidades e a chantagem como grandes argumentos para sossegar as massas.

Ver o Ministro Pedro Mota Soares falar em liberdade de escolha na segurança social e na saída das grandes reformas da segurança social sem ser questionado se a saída dos maiores contribuintes não constitui o caminho mais rápido para a destruição da segurança social e a entrega a privados deste serviço, com os custos e riscos que são conhecidos em experiências internacionais é revelador da liberdade com que este governo mente impunemente.

Ver o Ministro Miguel Relvas apresentar uns gráficos sobre a diminuição de custos com a administração central e os serviços públicos como se tal constituísse um grande feito , sem ser questionado sobre os impactos sociais e económicos dessa diminuição, sobre quais os efeitos reais e concretos na vida das pessoas dessas medidas, demonstra bem o à vontade com que nos pretendem manipular.

Apetece-me ofender estes bonecos telecomandados à distância, chamo-lhes nomes, mas não basta. Tal não é suficiente para os travar, para os impedir de continuarem no caminho do desastre, é preciso mais, somos precisos muitos mais, numa luta desigual, mas imprescindível.


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