16 maio 2010

Necessário e inevitável

A Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, afirmou que o aumento do preço da água ao consumidor é «inevitável e necessário», logo secundada pelo, sempre prestável, Francisco Ferreira, da Quercus, que se apressou a pedir que se explique aos portugueses que «a água que consumimos está barata».

O que ainda não explicaram aos portugueses é porque razão querem aumentar o preço da água, porque razão é inevitável e tão necessário tal aumento.

Mas se olharmos com um pouco de atenção a alguns documentos, nomeadamente, o PEAASAR II (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) descobrimos algumas das origens da imperatividade de aumentar preços.

Para que estes serviços, de abastecimento e saneamento, sejam mais apetecíveis à «iniciativa privada», para além de sustentáveis, devem ser rentáveis. Só assim, se poderá justificar melhor a política de concessões da gestão de água e saneamento.

Em Setúbal, onde estes serviços foram concessionados nos tempos da gestão PS/Mata Cáceres, sabemos bem quais os custos desta política - um serviço mais caro e com menor qualidade.

Em resposta à Ministra e aos ambientalistas do regime apetece-me dizer que necessário e inevitável é uma outra política em que bens como a água, indispensáveis à vida, não estejam sujeitos ao mercado e ao lucro, mas ao serviço da comunidade e do desenvolvimento.

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