31 maio 2010

Um grupo ambientalista chamado Sonae

De acordo com a notícia do Setúbal na Rede, a «Sonae defende fecho da Secil e Portucel para bem de Tróia»

Belmiro de Azevedo subitamente preocupado com a qualidade de vida e o ambiente em Setúbal, que apelida de «margem pobre e mal-cheirosa do Sado», entende que a melhor solução é o encerramento destas duas unidades industriais, afirmando que para a Sonae as questões ambientais são prioritárias e o grupo Sonae «é pró-ambiente e pró-business».

Aliás, a Tróia e o seu sistema dunar bem podem comprovar toda a devoção ambientalista do referido Grupo.

E Setúbal, esta Terra de Nenhures, pobre e mal-cheirosa, só pode agradecer as preocupações sinceras e desinteressadas do senhor Belmiro, as mesmas que têm afastado os Setubalenses das praias de Tróia e perguntar-lhe onde estava ele e o seu grupo económico quando os pobres e mal-cheirosos desta margem do Sado contestavam a prorrogação do prazo de exploração da pedreira da Secil ou a instalação de uma nova actividade industrial nas suas instalações, a co-incineração?

De facto, as duas fábricas em causa têm impactos profundos no plano ambiental que devem ser considerados, mas, também, não é menos verdade que num concelho com os problemas económicos e sociais como aqueles que existem em Setúbal elas têm impactos no plano do emprego e do desenvolvimento social nada desprezáveis.

Ainda que questões ambientais pudessem ou devessem conduzir ao encerramento da Secil e da Portucel, a facilidade com que o sennhor Belmiro fala no encerramento de fábricas sem colocar, de forma responsável, alternativas e a formas de atenuação das consequências, revela bem o carácter da sua intervenção e a perspectiva de classe que o anima. 

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