31 maio 2010

E ainda dizem que os outros são sectários...

A manifestação do Sábado passado, promovida pela CGTP-IN, constituiu um momento alto na história do movimento sindical português e um marco na história da luta dos trabalhadores portugueses que, uma vez mais, num momento de crise, assumiram as suas responsabilidades e vieram para a rua defender os seus direitos e interesses.

Centenas de milhares de trabalhadores desfilaram pelas ruas de Lisboa contra o desemprego e a precariedade, contra as medidas de austeridade, por um Portugal de futuro, mais justo e solidário, com mais emprego, mais direitos e melhores salários, desfilaram em unidade debaixo da bandeira da sua central sindical, a CGTP.

Bom, provavelmente estarei a fazer generalizações e, no meio de 300.000, será difícil que todos estejam presentes com o mesmo espírito.

Por exemplo, e é apenas isso, um exemplo que não estraga ou incomoda o significado mais profundo da manifestação, os rapazes e raparigas do Bloco de Esquerda, aqueles que enchem o peito para falar de unidade e combater o sectarismo, não desceram a Av. da Liberdade integrados nas suas organizações sindicais (se é que são sindicalizados?), mas num bloco próprio, claramente identificado com as cores, os símbolos e as palavras de ordem do partido, com os seus dirigentes na primeira fila.

Para quem entende que os sindicatos não são correias de transmissão das direcções partidárias, que a unidade à esquerda deve ser um objectivo, que a luta dos trabalhadores deve ser estimulada e apoiada par lá das questões partidárias é, no mínimo, estranho que o BE tenha optado por participar de forma sectária, isolando-se, tentando partidarizar (ou aproveitar partidariamente) uma manifestação de unidade dos trabalhadores portugueses.

E ainda dizem que os outros são sectários...   

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