14 outubro 2010

Fungágá do PSD em Setúbal

A edição de 4ª feira de «O Setubalense» dá-nos uma interessante perspectiva sobre como o PSD local avalia o trabalho autárquico neste primeiro ano de mandato.

Em duas peças, o jornal revela-nos a profundidade e seriedade do pensamento dos eleitos e direcção concelhia do PSD que consegue afirmar que lamenta que "neste primeiro ano se tenha feito tão pouco”, para depois de apresentar um conjunto de críticas a alguns projectos e acções desenvolvidas pelo Município e apontar como principais propostas e observações aquilo que a seguir se transcreve:
  • “Gastámos cerca de dois milhões e meio de euros para apoios a actividades desportivas, culturais e recreativas, ou seja, ‘fungágás’. Desse dinheiro, apenas sete por cento, em média, é para actividades sociais”;
  • “um conjunto de despesas que têm de festas e fungágás”;
  • “tem que se cortar nas horas extraordinárias, nas ajudas de custo, no fungágá”;
  • “Tem que se cortar nos encargos com pessoal, festas e fungágás”.
 O PSD continua a insistir na tese da necessidade de cortar encargos com pessoal, mas sem dizer onde e com que prejuízos para o serviço público prestado às populações.

Aliás, é pena que as preocupações sociais do PSD em Setúbal se esgotem na exigência de medidas de assistencialismo por parte da Câmara, nunca chegando a pôr em causa, a denunciar ou a criticar as políticas e o modelo económico e social que conduz milhares de Setubalenses para a pobreza.
  
Mesmo compreendo as dificuldades que o PSD continua a ter em enfrentar a pesada derrota eleitoral sofrida no concelho de Setúbal nas eleições do ano passado, teria sido interessante terem feito também o balanço do trabalho dos seus eleitos nos órgãos autárquicos e, nomeadamente, do seu Vereador que se comporta como um outsider face ao Partido que o elegeu, revelando profundas dificuldades e insuficiências no acompanhamento e discussão de propostas e de questões políticas municipais.
  
Em tempos de crise, bem podia o PSD cortar nos fungágas da demagogia e do populismo e assumir uma postura de seriedade reconhecendo a falência do modelo de desenvolvimento que, conjuntamente com PS e CDS, têm protagonizado para o País; reconhecendo a evidência de obra feita neste primeiro ano de mandato CDU - lamentavelmente esqueceram-se de falar, por exemplo, no Programa de Valorização da Zona Ribeirinha e no Programa de Regeneração do Centro Histórico, com o conjunto de acções que lhes estão associadas.

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